domingo, 6 de setembro de 2009

O fascinante mundo da aquariofilia

O fascinante mundo da aquariofilia

Publicado por Laurye Borim em 02/06/2009

“Passo às vezes horas olhando para eles, e nessas horas me liberto de tal maneira, que é como se eu, aceitando a falsa liberdade de um aquário, entrasse ali, ignorasse a água que pára exatamente na superfície que não existe, formando uma parede, e batesse barbatanas pequenas, respirasse como respira um ser aquático, me deixasse enganar por entre tanto liquido…”

LebisteHá muito tempo que aquários encantam crianças e adultos, com os mais diversos tipos de peixes. Aquário é uma terapia. Observá-lo, é sem dúvidas, mais relaxante do que assistir a qualquer programa na televisão.

A verdade é que sou suspeita para falar. Cuido dos meus “lindos” da forma que acredito ser a melhor possível e posso dizer que a satisfação é enorme.

Vê-los alí sempre quietinhos, no entanto, me deixa intrigada em saber se eles estão, de fato, felizes. O que seria felicidade para os peixes?

Ao ler o texto abaixo, a identificação foi inevitável. São belas palavras, que definem pensamentos que devem assombrar a mente de qualquer pessoa que crie peixes.

“Moram em um paralelepípedo reto-retângulo, com a face superior king3removível. É por aí que lhes dou comida. São coloridos e não param nunca. Nem quando dormem, param de bater as barbatanas miúdas, mas grandes o suficiente para manter-lhes o equilíbrio. Vivem em um ecossistema equilibrado. Troco um terço da água a cada semana, acrescentando de volta a água que sai da torneira mesmo. Comem quantas vezes eu lhes der comida. São coloridos e parecem felizes. E aí está a minha angústia. Eles parecem, apenas, não sei se são.king6

Adepto que sou à liberdade, e coração-mole que tenho ao ver seres em jaula, um dia chocou-me ouvir que o que faço com os peixes é o mesmo: aprisiono-lhes, tiro-lhes a chance de nadar com suas próprias barbatanas, a bem dizer. Como ter aquários e peixes é uma atividade que cultivo desde criança, na minha inocência e espontaneidade infantis nunca me julguei por isso. Parecia-me – e, por vezes, ainda me parece – que um aquário é um rio recriado, e que a transparência dos vidros, o obstáculo invisível à frente do peixe, nada se assemelha a jaulas. Mas o fato é que peixes não reclamam, e parecem satisfeitos – principalmente comendo a ração de vinte reais que lanço direto em suas bocas. Por não reclamarem, por não chorarem um choro alto e vazio no meio da noite, por viverem tão instintivamente, reconhecendo-me pela manhã, hora em que ligo a luz e artificialmente lhes entrego o dia e o desjejum, é que me angustio. Se gritassem e reclamassem a realização do seu destino livre – como fazem os pássaros engaiolados – talvez, num alívio, já os tivesse libertado. Mas não: a inocência e o instinto deles, a aceitação de tudo aquilo, me aprisona e me divide entre o prazer egoísta de tê-los e a possível dura hipótese de ter de devolvê-los a um córrego qualquer. Eles me negam a resposta e, por sua vez, me aprisionam, paralisado, na minha própria dúvida.”
http://evoluirefluir.blogspot.com/2007/03/jogos-aquticos.html

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O que você precisar saber antes de ter um aquário

Aquários pequenos
Nas lojas de produtos de aquariofilia são cada vez mais populares os kits de aquários pequenos, não só porque são mais baratos, mas também porque se apresentam já prontos a usar. Contudo, é mais difícil manter um aquário pequeno do que um aquário grande, isto porque as pequenas variações químicas na água são sentidas de forma mais significativa nos aquários com um menor volume de água.

Não fazer o ciclo de Nitrogénio
O ciclo de nitrogénio é o que garante que o aquário está pronto para albergar peixes, contudo, os iniciantes mostram-se bastante ansiosos em ter peixes e não aguardam que o aquário faça a ciclagem antes de os introduzirem na água. Muitas vezes compram os peixes juntamente com o aquário e introduzem-nos assim que chegam a casa. Com os parâmetros da água instável, os iniciantes perdem rapidamente alguns, se não todos os peixes introduzidos. Antes de introduzir peixes no novo aquário, faça testes ao nível de nitritos da água. Só é seguro introduzir peixes, quando se apresentarem nulos, depois de uma subida acentuada.

Utilizar água da torneira
A água da torneira é potável, mas não é indicada para ir directamente para um aquário, isto porque o cloro e outros químicos que possui para matar as bactérias, são prejudiciais para a saúde dos peixes. Se pretende utilizar água da torneira, trate-a previamente.

Não aclimatizar o novo peixe
A mudança de ambiente causa stress nos peixes. O peixe deve ser apresentado gradualmente ao novo aquário. Primeiro mantendo-o dentro do saco de plástico a flutuar para se acostumar à temperatura e depois ir acrescentar água do aquário ao saco de plástico para se habituar à composição química da nova água.

Adicionar muitos peixes de uma vez
O ambiente criado num aquário é frágil e ao inserir muitos peixes ao mesmo tempo está-se a aumentar significativamente o “lixo” produzido. É necessário dar tempo para que o aquário seja capaz de funcionar em condições óptimas com mais inquilinos. Juntar demasiados peixes de uma vez não só prejudica o equilíbrio químico do aquário, como também prejudica a saúde dos peixes.

Sobrepopulação
Os peixes necessitam de espaço e deve contar-se sempre com o tamanho que vão atingir em adultos. Um aquário demasiado cheio é um dos principais erros dos iniciantes. Existem várias fórmulas para se calcular o rácio entre peixes e volume de água. Uma delas é 1 cm de peixe por cada litro de água. Contudo, esta formula não é muito precisa e em alguns casos, sobretudo com animais mais pesados ou territoriais, pode ser necessário uma maior quantidade de água.

Comida a mais
Os peixes são animais oportunistas e raramente dizem não a mais comida. Sabendo disso, devem ser os donos a controlar as quantidades que os peixes devem comer por dia. Os iniciantes costumam deixar o peixe determinar quanto quer comer, o que pode pôr em risco a vida do animal.

No primeiro dia do peixe na nova casa não o alimente. Nos dias seguintes, alimente-o uma vez por dia, e retire a comida que ainda está no aquário cinco minutos após o início da refeição.

Pouca variedade
Os peixes gostam de uma dieta variada e a dieta de um peixe em estado selvagem é composta por vários alimentos. Dentro das categorias carne, peixe, insectos e vegetais, há uma grande variedade de opções para os peixes. Pesquise sobre aquilo que é mais indicado para o seu peixe e introduza alguma variedade na sua alimentação.

Peixes incompatíveis
Os peixes têm necessidades diferentes que não se limitam apenas à temperatura ou salinidade da água: peixes de água fria ou quente, tropicais ou marítimos. Estas diferenças são fundamentais, mas fazem já parte do senso comum. Aquilo que muitas vezes é desconhecido é que os peixes têm necessidades diferentes de PH e dureza da água. Alguns são territoriais e necessitam de um aquário exclusivo, outros são peixes de cardume que apenas vivem bem, partilhando o aquário com outros da mesma espécie. Antes de juntar peixes, mesmo que sejam da mesma espécie, verifique se os peixes são compatíveis.

Sujidade
Ter animais implica sempre ter algum trabalho na manutenção dos mesmos. Com os peixes não é diferente, apesar de o trabalho mais pesado, limpar a sujidade do aquário, só ser necessário semanalmente e em aquários com bons filtros, a limpeza pode ser mais espaçada (duas em duas semanas). Contudo, fazer trocas parciais da água é necessário para manter a água em boas condições. Entre 20 a 40% da água deve ser mudada regularmente. As algas acumuladas no vidro basta serem raspadas e pode utilizar um aspirador próprio para eliminar outras impurezas.

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