domingo, 6 de setembro de 2009

Como cuidar do meu Aquário - Iniciantes

Como cuidar do meu Aquário - Iniciantes

Parabéns! Você é uma pessoa privilegiada que acaba de escolher um dos hobbies mais fascinantes e inteligentes do mundo. No aquarismo você acaba aprendendo um pouco de física, química, biologia, ecologia e, dependendo de seu nível de aprofundamento no hobby, também geologia e geografia, e tudo isso com muita simplicidade. Para as crianças, o aquarismo é uma das melhores ferramentas educacionais que existe. Com ele, além de um pouco de cada assunto já mencionado, a criança aprende noções de responsabilidade e respeito aos animais.

Ao contrário do que muitos pensam, aquários não dão trabalho, não precisam ser lavados periodicamente, não precisam de trocas totais de água, peixes não morrem a cada três semanas, e é um dos hobbies com o melhor custo-benefício, ou seja, gasta-se muito menos, por muito mais. Além disso, peixes são os melhores animais de estimação para quem viaja com freqüência, tem pouco tempo disponível e tem pouco espaço em casa, pois, peixes não fazem xixi no tapete, não soltam pelos, não têm cheiro, não precisam ir ao veterinário periodicamente, não deprimem se você viaja por muito tempo, não roem sofá, chinelos nem derrubam as roupas do varal. São animais simples de serem cuidados, mas alguns detalhes são importantíssimos para o bem-estar desses magníficos seres.

- Escolhendo o aquário :

O aquário deve ter o maior tamanho possível, pois quanto mais água, maior a estabilidade do ambiente. Aquários muito pequenos são indicados para aquaristas experientes, pois são muito suscetíveis a mudanças bruscas, como por exemplo, temperatura e pH. Além disso, quanto maior o aquário, maior variedade e quantidade de peixes você poderá ter.
Evite colocar o aquário próximo a janelas ou em áreas exteriores onde a luz do sol incidiria diretamente sobre ele.

Existem métodos variados de montagem de aquários. Este apresentado aqui é um sistema bastante comum, recomendado especialmente a iniciantes.

1º Passo: Provavelmente você já viu, ou já tem aquelas placas pretas furadas. Estas placas são colocadas encaixadas no fundo do aquário, embaixo do cascalho. É importante que ocupem cerca de 70% do fundo.

2º Passo: Encaixe os tubos do filtro e coloque a mangueira de ar com a pedra porosa, ou a bomba submersa.
OBS: Se você possui um filtro externo Whisper dimensionado de acordo com o tamanho do seu aquário (veja mais adiante), você não precisa usar filtro biológico de fundo se não quiser. Neste caso, pule o primeiro e o segundo passo.

3º Passo: Lave bem o cascalho, apenas com água, e depois espalhe pelo aquário sobre as placas (ou sobre o fundo do aquário se não houver filtro biológico de fundo). O ideal é que o cascalho seja neutro. No Brasil, chamamos este substrato de cascalho de rio. Use uma camada de cascalho entre três e quatro centímetros.

4º Passo: Ajeite a decoração. Esse sistema, não é ideal para plantas naturais. Mas se você quiser, pode colocar algumas espécies mais resistentes. As melhores opções decorativas, são as plantas artificiais e as pedras grandes neutras, que podem ser usadas de acordo com seu gosto.

5º Passo: Coloque um saco plástico sobre os objetos decorativos e cascalho, e com uma mangueira, comece a encher com água da torneira (nunca use água mineral ou água de chuva). Se a água estiver muito turva, coloque outra mangueira esvaziando ao mesmo tempo em que a outra enche o aquário. Após alguns minutos, retire a mangueira que está esvaziando e termine de encher até três centímetros abaixo do nível da água.

6º Passo: Posicione o filtro externo atrás do aquário (veja detalhes adiante) e, com um copo, encha o filtro externo com água e ligue-o na tomada para que funcione. Ligue a bomba do filtro biológico (se houver) e certifique-se de que ela está funcionando.

7º Passo: É imprescindível que você use um produto que condiciona a água de torneira e a torna segura para peixes e plantas, pois elimina elementos nocivos como cloro e metais pesados. Use 5ml do produto para cada 38 litros de água ou 3 gotas por litro.

8º Passo: Coloque as tampas de vidro e acenda a(s) lâmpada(s) para ver como ficou.

9º Passo: Ajeite o termômetro e ligue o aquecedor se necessário. A temperatura ideal para peixes tropicais deve ficar entre 25 e 28 graus. Se puder, compre um termostato-aquecedor, que é mais prático pois controla a temperatura da água sem que você precise ligar ou desligar o aparelho.

Você pode, eventualmente fazer alguns ajustes na decoração, mesmo depois de terminada a montagem do aquário, mas lembre-se de lavar bem as mãos antes.

O período ideal de espera para colocar os primeiros peixes no tanque deve ser de quatro semanas, aproximadamente. Este é o período mínimo para que as bactérias benéficas que existem dentro do aquário se reproduzam em número suficiente para suportar o recebimento de carga orgânica (fezes, urina e eventuais sobras de alimento, etc).
Sabemos que esperar quatro semanas para colocar um peixe é tarefa árdua, já que você comprou o aquário e quer logo ver os peixinhos no aquário, mas a espera nesse período é fundamental. E da primeira vez, nunca compre mais que 3 ou 4 peixes.

Aguarde sempre uma semana para colocar mais peixes, e nunca coloque mais que 4 por vez, independentemente do tamanho do aquário. Isso garante que o ambiente não desequilibre e a probabilidade de sucesso é infinitamente maior.
Nunca ultrapasse 1cm de peixe por litro de água no total de peixes. Se desejar ter kinguios (japoneses) ou pequenas carpas, nunca mais que 1cm de peixe para cada 4 litros de água. Mas lembre-se de que esses peixes crescem rapidamente, por isso, calcule com folga a quantidade de peixes.
A segunda maior causa de fracasso com aquários ocorre devido à super lotação. A primeira é o excesso de alimento.
Certifique-se de estar escolhendo bem seus peixes, e veja se não há pintas, manchas, feridas, olhos inchados ou opacos, descamações pelo corpo, caudas e barbatanas rasgadas ou opacas ou se o peixe não está muito magro. Estes podem ser sintomas de doenças. Consulte sempre seu lojista de confiança para saber quais peixes podem conviver entre si, pois algumas espécies são mais agressivas e outras apresentam necessidades químicas e físicas diferentes.

Soltando os peixes no aquário

Os peixes podem sofrer choques térmicos, de pH ou osmóticos se forem soltos bruscamente na nova água. Abra o saco onde estão os peixes e deixe boiando sem permitir que entre água do seu aquário. Após cerca de 10 minutos, deixe entrar o equivalente a um copo cheio de água dentro do saco. Repita a operação mais 3 vezes a cada 5 minutos. Então, com uma rede apropriada, retire os peixes do saco com cuidado para não machucá-los e liberte-os no aquário. Jogue fora a água do saco que os peixes vieram. É recomendável apagar as luzes do aquário por um período de 30 minutos durante o processo, evitando assim que os peixes fiquem demasiadamente agitados e que sofram eventuais agressões logo que são soltos

Testes: Muito antes de colocarmos peixes no aquário, devemos monitorar e corrigir alguns fatores de fundamental importância dentro de nossos aquários. Para isso, devemos efetuar testes na água.A qualidade de água de um aquário é vital para a saúde e sobrevivência de peixes e plantas. Uma qualidade de água ruim resultará em peixes com aspecto debilitado e comportamento alterado e colorações pobres.

Teste pH - O pH consiste em um dos parâmetros mais importantes da água: o equilíbrio entre ácidos e bases. Um pH de 7.0 é considerado neutro. Abaixo disso ácido e acima, alcalino ou básico. Testar o pH periodicamente é muito importante, pois mudanças bruscas deste fator podem causar muitos danos à saúde dos peixes, inclusive sua morte.
A maioria das espécies adapta-se perfeitamente a níveis de pH em torno de 7.0, mas cada espécie tem um pH preferido. Informe-se com seu lojista de preferência a respeito das exigências das espécies que você deseja levar para casa e veja se são compatíveis.
Durante o dia, pequenas alterações de pH ocorrem devido a processos biológicos naturais. É importante manter um bom nível de reserva alcalina (KH) para evitar flutuações de pH, especialmente quedas bruscas.

Correções:

pH muito alto, acima de 7.5 -
Causa: aquário muito novo; presença de pedras calcárias ou corais marinhos; uso de água mineral, poço artesiano, ou água de torneira muito dura; crescimento excessivo de algas; muitas plantas no aquário sem uso de CO2 (descalcificação biogênica). Solução: trocas parciais semanais de 30% com água de torneira tratada e com pH corrigido para 7.0 - 6.8 (use um acidificante para aquários). Remova qualquer objeto suspeito e diminua a quantidade de plantas .
pH baixo, menos de 6.5 - Causa : água de fonte, poço artesiano ou torneira que seja naturalmente ácida; excesso de peixes; alimentação de má qualidade e/ou excessiva; má manutenção do aquário; não troca do refil do filtro externo; cascalho sujo. Solução : Se a água da torneira for naturalmente ácida, você precisa corrigi-la. Para isso você pode usar um alcalinizante ou um tamponador. Certifique-se de que não tem mais que 1cm de peixe por litro de água em seu tanque, faça trocas parciais mensais de rotina de 30%, sifonando (aspirando com um aparelho chamado sifão) o cascalho. Use sempre alimentos que são até 97% digeridos pelos peixes, mas nunca deixe sobrar alimento. Lave o refil do filtro a cada 15 dias e troque-o uma vez por mês.
Em ambos os casos, altere lentamente o pH da água para evitar estresse excessivo de peixes e plantas. Nunca jogue acidificantes ou alcalinizantes diretamente na água do aquário se houver peixes. Faça trocas parciais de água de cerca de 30% semanalmente até obter o pH desejado no aquário, mas sempre corrigindo o pH da água nova antes dela entrar no aquário. Desta forma, a mudança será muito mais segura.

Teste Amônia (NH3/NH4+) - A decomposição de compostos orgânicos produz amônia (NH3) - um elemento tóxico que pode matar a população inteira de um aquário em questão de horas - e o relativamente tóxico Amônio (NH4+), e isso pode trazer transtornos incríveis ao aquarista, especialmente se o pH do aquário estiver alto. Este teste deve ser feito antes de se colocarem os primeiros peixes, e sempre que adicionar novos peixes ao aquário. Se níveis elevados forem constatados, você provavelmente, colocou muitos peixes de uma só vez no aquário; tem peixes demais; alimenta de maneira excessiva; não faz as manutenções corretas no tanque; tem filtragem insuficiente. Para solucionar esse grave problema, faça uma troca de 50% da água, mas sem sifonar. Na nova água corrija o pH para 6.8 antes de entrar no aquário..Se possível, ligue aeração no tanque para otimizar a oxigenação. Quando seu aquário já estiver maturado e equilibrado, recomenda-se que faça testes mensais para ter certeza de que nada de errado está acontecendo.

Teste Nitrito (NO2) - O nitrito é um elemento extremamente perigoso se encontrado em altas concentrações na água do tanque, e, assim como a amônia, pode arrasar a população de um aquário em pouco tempo. Testes devem ser efetuados antes e depois que adicionar novos peixes ao tanque. Caso os testes indiquem a presença deste elemento, verifique a filtragem, a população do aquário e a quantidade e qualidade de alimento que você vem utilizando. Níveis altos de nitrito estão normalmente associados a estes fatores. Faça trocas diárias de 30% em casos de níveis elevados de nitrato e veja se não há a presença de amônia na água. Se houver, corrija o pH da água a ser reposta no tanque para 6.8 - 7.0 aproximadamente. Se possível, ligue aeração no tanque para otimizar a oxigenação.

Teste Nitrato (NO3) - O nitrato não é um elemento altamente tóxico para peixes, mas em concentrações muito altas pode causar alguns problemas. Como é cumulativo, é comum encontrarmos grandes concentrações deste elemento em aquários mais antigos.
O melhor método para evitar problemas com nitrato é fazer trocas parciais mensais de 30% do total e, no caso de aquários mais antigos, onde os níveis de nitrato ultrapassarem os 100mg/l, convém efetuar algumas trocas semanais de 30% até que os níveis baixem.

Alimentação:

A qualidade do alimento determina a longevidade, resistência a doenças e colorações dos peixes e também influi diretamente na qualidade da água de seu aquário. Alimentar um peixe é um dos papéis mais importantes que você exerce enquanto aquarista. A maioria esmagadora de hobistas que têm problemas com seus aquários, simplesmente não sabem alimentar e/ou alimentam com produtos inadequados e de má qualidade.

Importância da Alimentação:
Em aquários, pode-se dizer sem medo de errar que 90% depende da alimentação correta e 10% de outros fatores.

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MUITO IMPORTANTE - Como Alimentar

A maioria esmagadora dos aquaristas iniciantes, pensa que alimentar é pegar um punhado de comida e atirar na água, ou então virar o potinho do alimento no aquário. Outros ainda pensam que precisamos alimentar "só um pouquinho". Podemos dizer que todas estas maneiras estão absolutamente incorretas, e podem causar problemas sérios ao aquário se forem colocadas em prática.
Os peixes não precisam comer pouquinho, pois se isto ocorrer, terão problemas de desnutrição e ficarão mais suscetíveis a doenças e outros problemas. Mas também, os peixes têm uma capacidade limitada para comer, embora seu comportamento demonstre o contrário.

A melhor maneira de alimentarmos nossos peixes é criarmos um pequeno ritual, que se tornará um hábito, tanto para você quanto para os peixes. Este ritual começa com você fazendo o mesmo barulho toda vez que for alimentar seus peixes. Pode ser uma batidinha no vidro ou no móvel com o pote de comida, ou mesmo nas tampas de vidro. Com isso, toda vez que os peixes escutarem esse barulho, ficarão elétricos e terão a certeza de que irão receber alimento. Isto fará com que todos tomem posição para disputar a comida. Jogue uma pitada com 4 a 6 flocos na água. Os peixes começarão a comer. Então você joga mais um pouco e espera que comam tudo. Joga mais um pouco e espera novamente. E assim, vai repetindo a operação até perceber o ímpeto dos peixes diminuir. Desta forma não há sobras, todos comem e a qualidade da água permanece inalterada. Se você jogar um punhado grande, e a comida se espalhar pelo aquário, certamente os restos que irão ficar entre o cascalho ou pela decoração irão apodrecer e prejudicar a qualidade da água, causando doenças. Nunca deixe espalhar nem sobrar alimento no aquário! Isto seria FATAL.

Manutenção do Aquário:

Ao contrário do que muitos pensam, aquários não devem ser desmontados e lavados. A manutenção deste sistema consiste em sifonar (ato de aspirar água por meio de um sifão) o cascalho para remover os detritos que se acumulam por entre os pedriscos, e retirar cerca de 30% da água. Este procedimento deve ser feito uma vez por mês, ou, quando necessário.

A melhor água para usarmos em nossos aquários é a água de torneira tratada com um condicionador para eliminar todos os elementos que podem causar problemas aos peixes como o cloro e os metais pesados. .

Limpe a cada 3 meses o rotor da bomba submersa (se houver) e da bomba do filtro externo. Troque a pedra porosa (se houver) mensalmente. Limpe os vidros a cada 2 ou 3 semanas com um limpador magnético ou esponja apropriada e faça testes periodicamente para evitar problemas.
Para um aquário de 100 litros, gastamos de manutenção cerca de 20 a 40 minutos por mês, incluindo toda a manutenção, testes e alimentação. Portanto, aquários dão muito menos trabalho que qualquer hobby e que qualquer outro animal de estimação.

Filtros Externos: Imprescindíveis

Os filtros externos são aparelhos indispensáveis ao bom aquarista, pois permitem que haja filtragem mecânica e química, pois os refis apresentam camadas de perlon que retém qualquer partícula de sujeira e também carvão ativado.
Os filtros devem ficar ligados 24 horas por dia.
Os refis devem ser trocados uma vez por mês e lavados a cada 15 dias para apresentarem um ótimo desempenho. De nada adianta ter o filtro se não trocar o refil mensalmente. É na troca que se faz a filtragem.

Agora é só curtir o seu aquário !!!!!!!

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